ADORO O MAR!
Quando estou mais em baixo, moralmente, nada como ir vê-lo.
Com ondulação forte ou superfície lisa e calma, em qualquer época do ano, faz-me bem! Sentir o cheiro a e humidade do ar, relaxa. É uma sorte viver num país de tão extensa costa e residir perto do local ideal para descontrair.
TENHO MEDO DO MAR!
Entrar no mar, mesmo de-va-ga-ri-nho, é uma sensação de liberdade. Saber nadar é uma competência que ajuda, embora a minha, sendo deficitária, não contribua muito para fruir das possibilidades que o mar nos dá.
Já tive o prazer de “provar” um mar morno e agradável, por oposição àquele que em toda a minha vida de banhista experimentei – frio, de fazer bater o dente!
Lembro-me das minhas férias na praias, desde pequenina, com a minha prima Mafalda e a minha mãe, na costa do Estoril, em que, depois de brincar à vontade com a areia e a água, de balde de lata e pá, chegava a hora do banho que incluía imersão completa. Chorava sempre. Porque detestava água fria, mas, sobretudo, porque detestava molhar a cabeça.
Como diz o povo, “não há mal que sempre dure…” e “depois da tempestade…”. Mudado o fato de banho, sentadinhas na toalha, a apanhar um pouquinho de sol, era a hora de comer qualquer coisinha. Na maioria das vezes, trazido de casa, um pãozinho fresco com manteiga, que consolava; de vez em quando, comprados nos vendedores que calcorreavam centenas de passos na areia, tínhamos direito a uma bola de Berlim, com creme, e o banho ficava no esquecimento, e, uma vez por outra, um saquinho de batatas fritas caseiras, finas e crocantes, diferentes das feitas em casa, era um luxo!
Ainda hoje recordo a saída de casa, bem cedo, a pé, que a praia não era tão longe assim, a entrada no túnel, que identifico onde quer que o veja reproduzido, a chegada à beira-mar, com entusiasmo (apesar de…).
O tempo para ida a banhos era cuidadosamente calculado, planeado, e o regresso a casa era anterior à hora do almoço.
Depois da sesta havia as brincadeiras com os vizinhos e a hora de deitar era cedo, para que, no dia seguinte, bem cedo, voltássemos à praia.
Como banhista fui variando o local, o horário e tempo de permanência na praia, de acordo com os elementos da família.
Actualmente, não posso ir à praia. Talvez, por isso, tenha uma saudade enorme de caminhar na areia molhada, apanhar o fim das ondas, do calcanhar ao joelho (pois!) e andar até cansar.
Não sei se é medo ou respeito, como tenho ouvido desabafar a tanto marinheiro e tanto pescador. Mas que ele tem um poder que nós não dominamos é verdade.
Que tem um poder ainda maior de sedução, também creio.
Oxalá eu o possa ver e ouvir sempre que me der vontade!
