O saco azul

A produção e troca de bens, ao longo dos tempos, foi sendo marcada tanto pela necessidade de subsistência como pela vaidade na sobrevivência.

A forma do pagamento pelos produtos ou pelos serviços tem sido ato de aceitação ou reprovação, em conformidade com o momento histórico.

O transporte e conservação de bens é outro aspeto a ter em conta: do útil ao agradável, do belo ao sustentável, a oferta é imensa. Adquirido ou recebido, o continente das transações comerciais mantém o anonimato de produtos, fornecedores e compradores discretamente, por vezes, ou até de forma bem ostensiva, propagandeando tanto a qualidade do produto como a fama da empresa que o fornece. De todas as formas de embalagem, o saco é a que mais divulgação terá. A forma e o material de que é constituído tornam-no objeto de desejo, orgulho, por vezes, vergonha…

 A capacidade de adaptação do seu dono às necessidades do quotidiano, levam a que, timidamente ou de forma assumida, ao envergar um saco em posteriores (re)utilizações, possa, de alguma forma, encontrar um denominador comum de consumo que o integrem ou excluam de grupos com determinadas caraterísticas sociais.

Pelo tamanho generoso, o saco azul é o ideal para levar a roupa à lavandaria. Outros haverá com tais dimensões e feitos com a mesma matéria-prima, mas o poder do design, aliado à denúncia de uma ida a determinado espaço comercial… torna o momento num misto de partilha de opções comerciais, estéticas e mesmo política ambiental.

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Lata de bolachas “Annas Pepparkakor”, vendida nas lojas IKEA. Ø19cm; altura 7cm.